domingo, 17 de setembro de 2017

Fiel aliado de Temer e Cunha é o relator da CPMI sobre o caso JBS




Cada dia que passa o “acordão” para “estancar a sangria”, em franco andamento entre o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto, ganha novos fatos que mostram o empenho para que ele se concretize e amplie. Como exemplo desses fatos vale destacar a indicação do deputado Carlos Marun (PMDB-MS), nesta terça-feira (12), como relator dos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que vai investigar irregularidades envolvendo o grupo JBS, liderado pelo empresário Joesley Batista,  e a holding J&F em operações com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A própria criação da CPMI é apontada como uma ação do governo para amenizar os efeitos das delações feitas pelo empresário à operação Lava Jato.
Marun foi indicado pelo próprio presidente da Comissão, o senador tucano Ataídes Oliveira (TO). O argumento utilizado pelo presidente é que a escolha foi para contemplar a legenda como maior número de membros na Câmara e no Senado. O deputado delegado Francischini (SD-PR) ficou com a sub-relatoria de contratos da JBS. Já o deputado Hugo Leal (PSB-RJ) assumirá a sub-relatoria de assuntos fiscais, previdenciários e agropecuários.
Fiel aliado de Temer e Cunha é o relator da CPMI sobre o caso JBS
Crédito da foto:Alex Ferreira/Câmara dos Deputados
Além de ser um dos líderes da tropa de choque de Temer e Eduardo Cunha, quando este era presidente da Câmara dos Deputado, Carlos Marun recebeu, em sua campanha recebeu, recursos de outros candidatos que foram financiados pela JBS. A CPMI já reúne cerca de cem requerimentos de informações, convocações e convites de autoridades e investigados. A decisão de dar andamento aos trabalhos foi tomada logo após as recentes revelações da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre suspeitas de omissões e ilegalidades no acordo de colaboração da JBS.

Para o deputado Ivan Valente (PSOL-SP), é estranho que a CPMI tenha sido ativada agora, três meses depois de sua criação, quando se começa a falar em anulação das provas colhidas por Joesley Batista. “Com a relatoria nas mãos de Carlos Marun, podemos esperar uma defesa incondicional de Temer, levando em conta o histórico do deputado folclórico. Marun, fiel escudeiro, não abandonou Cunha nem mesmo depois de sua prisão, e jamais mostrou vergonha ao defender Temer ou a reforma da Previdência”, disse.
O deputado considera, ainda, que a maioria dos parlamentares envolvidos, direta ou indiretamente, prefere o desgaste político do que se arriscar com o avanço das investigações. “A estratégia será mirar nos pontos controversos de Janot e do Ministério Público. Não em nome de maior transparência, e sim para desqualificar as delações de ponta a ponta. Podemos prever que até mesmo os áudios incriminadores de Joesley, como suas conversas com Temer e com Aécio, podem ser contestados por Marun. Por mais que o bom republicanismo peça que a Procuradoria Geral da República e o Ministério Público Federal esclareçam alguns pontos obscuros da Lava Jato, com uma CPI aparelhada a favor de corruptos é enorme o risco de pizza. Não podemos permitir que os erros se somem e que interesses particulares sejam a tônica”.
Durante reunião da CPMI, nesta terça, o líder do PSOL na Câmara, Glauber Braga (RJ), questionou o presidente Ataídes Oliveira sobre o fato de Temer tê-lo chamado, em sua residência oficial, dias antes da retomada dos trabalhos da Comissão. Confira.

Com informações do Psol
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